Escoliose – Você sofre com esse mal?

Uma coluna saudável vista de frente apresenta forma reta, enquanto que de perfil exibe duas curvaturas principais, fisiologicamente normais, que é a cifose (região torácica) e a lordose (região lombar), cujos ângulos de desvio seguem um padrão de normalidade para que funcione perfeitamente, exercendo seu papel mediador na flexibilidade e apoio no suporte ao corpo, permitindo, além da movimentação dos membros e locomoção, a proteção da medula espinhal e funcionamento do sistema nervoso, proporcionando também toda a acomodação das costelas, da musculatura com seus ligamentos para abrigo aos órgãos e vísceras adjacentes.  

Em alguns casos pode-se perceber a alteração na coluna vista no plano frontal, com o paciente de costas, em forma de “C” ou de “S”, dependendo do tipo da patologia e seu prognóstico. E é esta deformidade patológica que chamamos de escoliose.

Será que essa curva na minha coluna é uma escoliose?!

Bom começar reforçando que nem toda curvatura na coluna é anormal. Vista de um plano frontal, a coluna deve ser reta. Olhando de cima para baixo, as vértebras devem estar alinhadas entre si. E visualizando lateralmente, temos algumas curvaturas saudáveis, que são resultado da natural adaptação do corpo, as quais surgem espontaneamente para servir como uma espécie de molas na manutenção do equilíbrio, aliviando as sobrecargas e os impactos exercidos pela força gravitacional ao sentar e levantar.

São essas as curvaturas normais e fisiológicas da coluna:

  • Lordose cervical, na região do pescoço;
  • Cifose torácica, na região do tórax;
  • Lordose lombar, na região da cintura;
  • Cifose sacrococcígea, na região da bacia.

Sendo as mais acentuadas e perceptíveis, por isso as consideradas principais, as das regiões torácica (cifose) e lombar (lordose).

Para entender melhor, vamos conhecer um pouco mais da anatomia dessa estrutura tão fundamental ao corpo humano:

ANATOMIA – Conhecendo melhor o “cenário” da escoliose

Também chamada de espinha dorsal, a coluna é a estrutura central do nosso esqueleto; rígida, porém flexível, um verdadeiro eixo no corpo, possibilitando a movimentação e locomoção, além de outras funcionalidades, como a de abrigar a medula óssea, garantindo o desempenho do sistema nervoso.

Cessado o tempo de crescimento, já na fase adulta, o padrão geral de comprimento da coluna vertebral é de 72 a 75 cm. Essa extensão é composta por 33 vértebras, as quais se sobrepõem uma acima da outra, se estendendo desde a pelve – onde fica o osso ilíaco conectando o tronco aos membros inferiores – até a região do crânio. São 24 vértebras móveis – dentre as quais sete são cervicais, 12 são torácicas e cinco são lombares – mais as vértebras que não se movimentam: cinco sacrais, que agrupadas formam o osso sacro na articulação com o cóccix, que por sua vez é composto pelas quatro vértebras restantes que se fundem para servir de apoio a toda a estrutura da espinha dorsal.

Entre uma vértebra e outra existem os discos intervertebrais, formados de tecido cartilaginoso e envolvidos por substância gelatinosa retentora de líquido em seu chamado núcleo pulposo. Por conta dos discos, é possível amortecer a movimentação da coluna, tanto para frente, como para trás, de um lado para outro e girando em volta do próprio eixo, assim como também impede que haja atrito entre as vértebras, ajudando a amenizar impactos, diminuindo a pressão nas articulações durante essas execuções de rotação, extensão e flexão.

E é no interior da coluna que encontramos o túnel abrigo da medula óssea e seus nervos, mais conhecido como canal medular ou canal vertebral, de onde são transmitidos os impulsos nervosos para todo o organismo.

A escoliose ocorre quando há um desnivelamento na coluna, e a curvatura atinge ângulo maior que 10 graus em plano frontal, gerando alterações em todos os planos da espinha. Se há apenas uma curva deformada, mostra-se em formato de “C” e se há mais de uma curva deformada, mostra-se em formato de “S”.  Portanto, a morfologia da deformidade, assim como sua causa é que determina o prognóstico e o tipo de escoliose que se tem.

Que tipo de escoliose é a minha?

Existem tipos diversos de escoliose, a depender principalmente de sua causa e morfologia.

TIPOS POR MORFOLOGIA:

Analisando morfologicamente, conforme a variação da deformidade e sua consequente gravidade, classificamos o tipo da escoliose de acordo com a região onde há o ápice de atingimento da curva. Dessa forma temos as: cervicotorácicas, torácicas, toracolombares, lombares e lombossacrais.

TIPOS POR CAUSA:

Analisando pela origem da doença, a escoliose mais comum, de 70 a 85% dos casos, é a idiopática (causa desconhecida). E entre as escolioses idiopáticas temos a classificação por faixa etária: infantil (0-3anos), juvenil (3-9anos), adolescente (9-18anos) e adulta (18 anos em diante). Saber em que faixa etária a escoliose começou a desenvolver ajuda o médico ortopedista especialista em coluna a diagnosticar a raiz do problema e seu prognóstico para determinar o tratamento mais adequado.

Outro tipo considerado é a escoliose neuromuscular, quando é fruto de alguma doença neurológica, a exemplo da paralisia cerebral, poliomielite e distrofia muscular. Um especialista em coluna sabe diferenciar esse tipo de escoliose devido a sua característica de curva longa e em formato de “C”.

Quando a origem da doença é alguma anomalia de nascença, de má formação das vértebras ou de suas divisões, caracteriza-se uma escoliose congênita. Esse tipo ocupa o percentual de 10% dos casos.

Nos adultos também pode ocorrer a escoliose degenerativa, como consequência da evolução de uma deformidade a qual não foi diagnosticada e, por isso, não tratada em faixas etárias anteriores. Ou mesmo pela degeneração natural de discos intervertebrais e articulações da coluna.

Como se classifica a escoliose?

De uma forma geral, podemos classificar a escoliose em estrutural e não estrutural. Por estrutural podemos entender a alteração que deforma o osso, afetando especificamente algum componente da coluna, sendo comumente irreversível. Já na escoliose não estrutural, considerada funcional, não há deformidade do osso e pode ser revertida.ESCOLIOSE ESTRUTURAL – A deformação é causada por alguma anomalia congênita ou adquirida.ESCOLIOSE FUNCIONAL – A deformação é consequência de manifestações secundárias, compensando desajustes oriundos de alterações em outras áreas do corpo, como acontece com pacientes que possuem uma perna maior que a outra, podendo ser corrigida a escoliose na medida em que se corrige também o defeito da assimetria.

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