Ortopedia

A Ortopedia é responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças, deformidades e traumas dos ossos, músculos, ligamentos e articulações.

 

– Mãos e punhos:

A mão é um órgão de anatomia complexa, sendo constituída por diversos tecidos, como pele, nervos, vasos sanguíneos, tendões, ossos, ligamentos e articulações. Os ossos da mão e do pulso fornecem ao corpo suporte e flexibilidade para manipular com precisão e força os objetos no cotidiano. Cada mão contém 27 ossos distintos, que se dividem basicamente em três partes: carpo, metacarpo e dedos.

O punho se compõe de oito ossos do carpo dispostos principalmente por articulações. A palma da mão contém cinco ossos metacarpais, que se estendem para cada um dos dedos da mão. E, para completar, cada um dos dígitos das mãos contém 3 falanges, exceto os polegares que contêm apenas 2.

As lesões/patologias que afetam as mãos:

 

. Doenças congênitas, como a Sindactilia, anormalidade em que os dedos são unidos pela pele ou os dedos supranumerários (6 ou 7 dedos).

. Doenças degenerativas e inflamatórias, como as artrites, artroses, Síndrome do túnel do carpo; dedo em gatilho, cistos sinoviais; tendinites, entre outras.

. Lesões traumáticas, como fraturas de ossos do membro superior; luxações e lesões de ligamentos, lesões de tendões; lesões de nervos periféricos e amputações, que necessitam de procedimentos microcirúrgicos (reimplantes e reconstruções).

. Infecções e lesões tumorais, que podem acometer tanto as partes moles como os ossos.

. STC – Amortecimento noturno nas mãos, ou quando em repouso.

 

– Coluna:

A coluna vertebral é responsável pelo suporte do peso do tronco e da cabeça e pela proteção da medula espinhal. Trata-se de uma estrutura complexa, composta por 26 ossos (em adultos), sendo 24 vértebras separadas com cartilagem (discos) além do sacro e do cóccix. Na juventude e na infância a coluna vertebral é constituída por 33 ossos, já que alguns grupos não se fundem até o final da adolescência.

Cada vértebra é formada por partes importantes:

O corpo – Principal região de suporte de peso de uma vértebra, constituindo a maior parte da sua massa óssea.

Processo transversal – Finas colunas de osso que apontam para os lados esquerdo e direito do corpo.

Processo espinhoso – Se estende desde as extremidades dos processos transversais na direção posterior.

Forame vertebral – Localizado entre o corpo, os processos transversos e processo espinhoso, trata-se de um espaço oco que contém a medula espinhal e meninges.

Discos intervertebrais – Cartilagens que ficam entre as vértebras da coluna, permitindo flexibilidade e mobilidade.

 

As lesões/patologias que afetam a coluna:

As patologias da coluna podem comprometer de forma importante a qualidade de vida dos pacientes, causando dores intensas, perda de força nos membros, dificuldades para caminhar e movimentar, perda de sono, entre outras consequências. Para que o diagnóstico correto seja alcançado e o tratamento adequado instituído, é essencial uma investigação cuidadosa, feita por profissionais capacitados, auxiliados por modernas tecnologias. As condições mais comuns que afetam a coluna são:

 

. Hérnias de disco

. Escoliose, cifose e deformidades da coluna vertebral

. Estenose espinal, ciática e radiculopatia

. Doença degenerativa do disco

. Espondilolistese, espondilólise e instabilidade espinhal

. Espondilite anquilosante

. Fraturas e traumatismos da coluna vertebral e do cóccix

. Fratura de compressão vertebral

. Tumores e infecções da coluna vertebral

. Osteomielite

. Condições mecânico-posturais e degenerativas (artrose)

. Cervicalgia

. Lombalgia – Dor na região lombar, “dor na parte inferior das costas”.

 

– Ombros e cotovelo

O ombro é a estrutura que apresenta a maior amplitude de movimento e flexibilidade dentre todas as articulações do corpo humano.  Formada pela união do úmero, da escápula e da clavícula, o ombro é composto de duas articulações separadas – as articulações gleno-umeral e acromioclavicular. Estas duas articulações trabalham juntas para permitir movimentos de quase 360º.

Além destas articulações e ossos, o ombro é composto por diversos músculos, ligamentos e cartilagens que reforçam a sua estrutura e ajudam a evitar deslocamentos ou lesões.

 

O cotovelo é a articulação entre o braço e o antebraço, que liga os ossos úmero, ulna e rádio, permitindo a flexão e extensão do antebraço em relação ao braço, bem como a rotação do antebraço e pulso.

Como as demais articulações, uma fina camada de cartilagem articular lisa cobre as extremidades dos ossos do cotovelo, fornecendo lubrificação e diminuindo possíveis desgastes. Uma rede de ligamentos rodeiam a cápsula articular, visando manter a estabilidade e a resistência contra tensões mecânicas no cotovelo. Diversos músculos estão localizados próximos ao cotovelo, favorecendo o surgimento de lesões nesta articulação.

 

As lesões/patologias que afetam os ombro e cotovelos:

 

. Doenças degenerativas e/ou inflamatórias, como as artrites, artroses, Bursite, entre outras;

. Lesões traumáticas, como fraturas da clavícula, fratura proximal do úmero, lesão SLAP no ombro, entre outras;

. Ruptura do manguito rotador do ombro;

. Luxação na articulação gleno-umeral;

. Síndrome do Impacto;

. Tendinite Calcária e por esforço físico;

. Distensão articular acromio-clavicular;

. Rotura do manguito rotador;

. Lesão Labral;

. Osteoartrite Gleno-umeral;

. Capsulite adesiva.

. Bursite do olécrano

. Síndrome de Pronador

. Síndrome do túnel cubital

. Epicondilite medial e lateral

. Luxação da cabeça radial

 

  • Joelhos

A articulação do joelho é uma das mais importantes do corpo humano. É ela que permite a movimentação da perna em relação à coxa, suportando o peso do corpo e possibilitando atividades cotidianas, como andar, correr, sentar e ficar de pé.

A articulação do joelho é formada por três ossos – o fêmur, a tíbia e a patela – e por duas articulações – a patelofemoral e a tibiofemoral. Esses ossos são unidos por algumas estruturas, como:

. A Cápsula Articular – Membrana fibrosa e resistente que reveste os ossos do joelho para fornecer força e lubrificação;

. O menisco – Fibrocartilagem que atua como um absorvente de choque dentro da articulação. É nutridor, estabilizador e amortecedor. Cada joelho tem 2 meniscos.

. Vários ligamentos internos e externos, reforçam a estrutura do joelho e mantém os ossos no alinhamento adequado e estabilizado, como os ligamento colateral medial e o ligamento lateral, além dos ligamentos cruzados anterior e posterior. O ligamento cruzado anterior é o mais frequente lesionado, junto com os meniscos, nas atividades esportivas.

 

As lesões/patologias que afetam o joelho:

A Ortopedia e Traumatologia especializada na cirurgia do joelho é responsável pela avaliação e tratamento das patologias da articulação desta região, entre elas:

As doenças inflamatórias e degenerativas, como as artrites e artroses;

Lesões da cartilagem, como a Condromalácia (quando a cartilagem que envolve o joelho amolece) ou as lesões de ruptura do menisco (estrutura em forma que age como um amortecedor entre o fêmur e a tíbia);

Lesões ligamentares, como a torção, o estiramento ou o rompimento dos ligamentos cruzado anterior (LCA), cruzado posterior (LCP) e/ou os ligamentos colaterais (medial e lateral);

Os distúrbios da articulação da patela, como a dor anterior, as luxações fêmoro-patelares e as condropatias;

Lesões tendíneas, como a Tendinite (inflamação de um tendão), o rompimento dos tendões, a Doença de Osgood-Schlatter e a Síndrome da banda iliotibial;

As lesões esportivas, que envolvem tanto a traumatologia do esporte, quanto às lesões por sobrecarga na articulação.

Os traumatismos, como fraturas na região do joelho e outras lesões provocadas por quedas e acidentes;

 

Dicas de exercícios para você fortalecer o joelho em casa!!

 

✅ Avanço

Em pé, dê um passo largo à frente, dobrando o joelho da perna da frente próximo a 90º e a perna de trás estendida com a ponta do pé apoiada no chão e o calcanhar fora. O movimento é de flexão e extensão da perna da frente mantendo o tronco ereto.

 

✅Agachamento

Mantendo a coluna ereta, flexionar os joelhos em um arco de 60 a 90 graus, como se fosse sentar em uma cadeira, mantendo as pernas alinhadas com os ombros e agachando de forma lenta.

 

✅Flexão de quadril deitado

Deitado com uma perna esticada e a outra dobrada com o pé apoiado no chão. Contraia o quadríceps (coxa) levantando a perna esticada até a altura do joelho que está dobrado, repetindo o movimento por algumas vezes.

 

✅Equilíbrio

Em pé na frente de um espelho, com os pés paralelos. Tire uma das pernas do chão e dobre o joelho da perna de apoio aproximadamente 15º, como se fosse um pequeno agachamento com uma perna só. É importante manter o alinhamento do quadril, joelho e pé.

Lembrando que o acompanhamento com um educador físico é de extrema importância, mas se manter ativo mesmo em casa é possível.

 

– Quadril

O quadril é responsável pela junção da perna e do tronco e tem papel fundamental para os movimentos de flexão e rotação, além de garantir o equilíbrio e o suporte do corpo.

O quadril faz a ligação entre o osso do fêmur e o acetábulo (da bacia). Seu formato assemelha-se a uma esfera dentro de uma taça invertida. A parte arredondada da cabeça femoral se encaixa no acetábulo. Entre estes dois ossos existe uma camada de cartilagem que possibilita o pleno movimento da articulação, evitando desgastes.

Em torno da articulação do quadril existem muitos ligamentos que compõem a cápsula articular –  ligamentos iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral – e que ajudam a manter a região estável. Logo abaixo da cápsula articular localiza-se a sinóvia ou membrana sinovial, responsável pela lubrificação articular. Os fortes músculos da região também ajudam a manter a tudo junto e evitar o deslocamento.

 

Você sabia que o quadril é um dos pontos mais fracos entre os pacientes que têm osteoporose e sofrem alguma queda? Por isso é muito importante fazer acompanhamento periódico com o seu médico além de:

. Manter uma alimentação balanceada, com atenção para o cálcio dietético (leite e derivados)

. Uso de medicamentos com cálcio e vitamina D

. Exposição moderada ao sol, para que ocorra a síntese da vitamina D

. Prática regular de exercícios físicos, como caminhada – que estimula a formação óssea e previne a reabsorção

 

As lesões/patologias que afetam o quadril:

Quando os quadris estão saudáveis é preciso grande força para machucá-los. No entanto, praticar esportes, corrida, o uso excessivo ou uma queda pode levar a lesões. Elas incluem:

 

. Bursite trocantérica

. Deslocamentos (luxações traumáticas e congênitas)

. Fratura do colo femoral e trocantérica

. Osteonecrose da cabeça femoral

. Pubalgia

. Artrose coxo-femoral ou coxartrose

. Impacto femoroacetabular

. Displasias acetabulares

Além disso, algumas doenças como a Osteoartrite e a Osteoporose podem afetar as estruturas da região do quadril.

 

– Pés e tornozelo 

Os ossos do pé e do tornozelo são responsáveis pelo equilíbrio e suporte do peso do corpo ao se movimentar. A articulação do tornozelo é formada pela união dos ossos da perna – tíbia e fíbula – e o osso do tálus (localizado no pé). O tornozelo permite a flexão dos pés para baixo (flexão plantar) e para cima (flexão dorsal). Vinte e seis pequenos ossos dos pés fornecem a força e a flexibilidade necessárias para a locomoção do corpo.

 

Vários ligamentos trabalham para manter os ossos dos pés e tornozelos juntos, limitando movimentos extremos ou luxações nas articulações e proporcionando a mobilidade necessária para manter o corpo em equilíbrio ao caminhar, correr e desempenhar outras atividades.

 

As diferentes pisadas:

 

O tipo/formato de pé de cada pessoa é determinado pelas suas características anatômicas individuais. De forma geral, o pé é classificado em três tipos:,

. Pé Plantígrado: em que o peso do corpo é distribuído de forma equilibrada.

. Pé Plano ou Pé “chato”: no qual praticamente toda a superfície da planta do pé toca o chão.

. Pé Cavo: Há um arco longitudinal acentuado e curvado, fazendo com que a planta do pé quase não toque o chão.

 

As pisadas também são classificadas de três formas:

. Pisada Neutra: se iniciar com a parte externa do calcanhar e o pé roda ligeiramente para dentro, de forma equilibrada;

. Pisada Pronada: o apoio do pé no chão é feito primeiro com a parte interna do pé. Geralmente isso ocorre pela rotação interna excessiva do pé e do tornozelo.

. Pisada Supinada: A pisada supinada é exatamente o oposto da pronada. Ocorre quando o pé faz contato com o chão prioritariamente com a parte externa da planta.

 

As lesões/patologias que afetam os pés e tornozelos:

As queixas comuns associadas aos pés e tornozelos estão relacionadas à deformidades, desordens no suporte de carga corporal ou dores crônicas. Além de lesões e patologias específicas que atingem essa região do corpo, fatores como a fadiga, a idade e hábitos de vida podem agravar os sintomas relatados pelos pacientes. Entre as condições mais comuns, vale destacar:

. Tendinite de Aquiles

. Fraturas traumáticas

. Fraturas por estresse – pequenas fissuras em um osso, devido a força de um impacto recorrente sobre ele

. Artrite e artrose dos pés e do tornozelo

. Entorses do pé e tornozelo

. Dor crônica nos pés

. Tendinopatia dos tendões fibulares

. Complicações do Pé Diabético

. Joanete/hálux valgo – Deformidade no hálux (dedão do pé), que gera uma proeminência óssea na articulação desse dedo, fazendo com que ele crie uma projeção interna, “apontando” para o dedo ao lado.

. Fascite plantar – inflamação em uma membrana na planta do pé, que provoca episódios de dor intensa e que posteriormente formam os chamados esporões (plantar e aquiliano).

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